Nada é mais perigoso do que quem prefere cercar-se apenas de opiniões agradáveis. Aquele filtro seletivo que elimina críticas, evita o contraditório e transforma a tomada de decisão num exercício de vaidade. Some a isso a turma do “achismo” que adora opinar sem ter noção, mas fala como se fosse autoridade só porque viu no Instagram, escutou no zap ou “analisou” um post viral e temos a fórmula perfeita do fracasso.

São os sommeliers de rede social: nunca executaram nada, mas ditam “estratégia”. “Posta mais reels!”, “faz vídeo dançando!”, “ignora críticas, o povo esquece!”, “responde sim, mostra coragem!” Cada pitaco contraditório desorganiza qualquer plano que ainda poderia ter seriedade.

Enquanto isso, o que realmente importa: método, leitura de pesquisa, análise de dados, timing e consistência, fica relegado ao último plano. Porque, afinal, para que técnica, se o gosto pessoal e a bajulação da “rodinha” de sempre já dão a falsa sensação de controle?

Mas a vida não perdoa improviso. Mais cedo ou mais tarde, a realidade cobra a fatura. E quando ela chega, chega pesada: derruba reputações, desfaz alianças e deixa claro que confiar apenas no próprio ego e no palpiteiro de ocasião é suicídio político, institucional e até pessoal.

O aviso é simples: escute quem entende, respeite a técnica, não se deixe seduzir pelo “sim, senhor” dos que vivem de agradar. Porque no fim, quando o peso da derrota, da frustração ou da perda cair, não vai sobrar para o sommelier de rede social. Vai sobrar para você.